Em 1975, a ONU instituiu o Ano Internacional da Mulher. A partir
daí surgiram no mundo todo novo grupos e publicações feministas que discutiram
o papel secundário que era atribuído à mulher na sociedade. O feminismo,
chamado também de Movimento de Mulheres, foi se ampliando com a participação de
diferentes setores sociais: trabalhadoras, intelectuais, ecologistas, negras,
portadoras de deficiência, lésbicas, lideranças comunitárias e donas de casa
desde a Antiguidade, ser mulher era sinônimo de pecado.
A coisa começou a mudar quando a maternidade passou a se tornar um
status social, ou melhor, religiosamente social. Então, para transcender a
natureza pecadora, nada como uma vida austera, privada, dedicada às orações,
enfim, chatérrima. Entre estes polos, o mundo se "desenvolveu"
durante muitos séculos. Teve Renascimento, Reforma, Iluminismo e colonização.
Mulher boa era de família, sabia bordar, agradar, parir, mas ler nem pensar.
Somente no século XIX, o Brasil reconheceu que a população feminina merecia ser
educada.
A primeira legislação relativa à educação feminina surgiu em 1827
e permitia apenas a criação de escolas elementares, somente de meninas. Porém,
tais escolas deixavam a desejar, tanto pelo número de estabelecimentos, como
pela qualidade do ensino ministrado: os mestres só poderiam ser do sexo
feminino e sabido que, em geral, as mulheres não tinham uma boa educação,
conclui-se que as professoras não tinham a instrução necessária.
Contra isso e tudo o mais,
surgiram os primeiros periódicos feministas no Brasil: "O Sexo
Feminino", fundado em 1873 pela professora mineira Francisca Senhorinha da
Motta Diniz, levantava a bandeira de educação feminina, alertando as mulheres
que o inimigo com quem lutavam era a ignorância sobre os seus direitos e sobre
a importância de sua participação na sociedade e o "Jornal das Senhoras”.
A partir do século XX, com a crescente industrialização do país,
que a mulher passou a participação no mercado de trabalho como operárias,
enfermeiras, secretárias e professoras, mesmo assim continuou com a
inferioridade em relação aos homens. Foi na década de 20 que
surgiu as anarco-feministas, que sugeriam a maior participação da mulher em
todos os planos de vida social, seja na fábrica ou no lar.
Na década seguinte, o feminismo tornou-se respeitado e cada
vez mais mulheres reivindicavam o direito ao voto. O feminismo era pouco questionado
os valores feminino-masculinos construídos socialmente. Em 1942, em função do
fim da Segunda Guerra Mundial, as mulheres voltaram a ativa e fundaram a Frente
Única de Mulheres. No ano seguinte a primeira conquista: a mulher passou a
trabalhar livremente sem a necessidade da autorização do esposo.
Em 1962, suprimiu-se do nosso Código Civil o Código da Mulher
Casada, que a considerava relativamente incapaz, como os menores de idade. Em
1967, elaborou-se a primeira Constituição após a Declaração Universal dos
Direitos Humanos.