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Eleições
diretas ou indiretas, e a cargos muito variados, ocorrem em nosso território há
cerca de cinco séculos. Data de 1532 a primeira eleição aqui organizada.
Ela ocorreu na vila de São Vicente, sede da capitania de mesmo nome, e foi
convocada por seu donatário, Martim Afonso de Souza, visando a escolher o
Conselho administrativo da vila. Na verdade, durante todo o período colonial,
as eleições no Brasil tinham caráter local ou municipal, de acordo com a
tradição ibérica.
Eram
votantes os chamados "homens bons", expressão ampla e de duplo
sentido, que designava, de fato, gente qualificada pela linhagem familiar, pela
renda e propriedade, bem como pela participação na burocracia civil e militar
da época. A expressão "homens bons", posteriormente, passou a
designar os vereadores eleitos das Casas de Câmara dos municípios, até cair em
desuso. As Câmaras acumulavam, então, funções executivas e legislativas.
Apenas
um ano antes da proclamação da Independência, em 1821, ocorreu à primeira
eleição brasileira em moldes modernos. Elegeram-se os representantes do Brasil
para as Cortes Gerais, Extraordinárias e Constituintes da Nação Portuguesa,
após a Revolução Constitucionalista do Porto e a volta do rei dom João 6º a
Portugal, em 1820. Desde 1808, Dom João governava o Império português a
partir do Brasil, devido a invasão da península Ibérica por Napoleão
Bonaparte. Nesse período o Brasil perdeu a condição colonial, tornando-se Reino
Unido a Portugal e Algarves. Desse processo, como se sabe, resultou a
proclamação de nossa Independência por dom Pedro 1º. E, com ela, uma nova
ordenação jurídica e política, que apresentava, naturalmente, novas regras
eleitorais.
A
primeira Constituição brasileira, outorgada por Dom Pedro 1º. Em 1824, definiu
as primeiras normas de nosso sistema eleitoral. Ela criou a Assembleia Geral, o
órgão máximo do Poder Legislativo, composto por duas casas: o Senado e a Câmara
dos Deputados - a serem eleitos pelos súditos do Império.
O
voto era obrigatório, mas censitário: só tinham capacidade eleitoral os homens
com mais de 25 anos de idade e uma renda anual determinada. Estavam excluídos
da vida política nacional quem estivesse abaixo da idade limite, as mulheres,
os assalariados em geral, os soldados, os índios e evidentemente, os escravos.

A
partir de 1988, com a Constituição que continua em vigor, o eleitorado aumentou
consideravelmente, e veio a ultrapassar a casa dos 100 milhões. Atualmente, o
voto é obrigatório para todo brasileiro com mais de 18 anos e facultativo aos
analfabetos e para quem tem 16 e 17 anos ou mais de 70 anos. Estão proibidos de
votar os estrangeiros e aqueles que prestam o serviço militar obrigatório.
Breno Almeida