A Crise dos Refugiados




    “O número de pessoas deslocadas de suas casas por causa de guerras e perseguições políticas ou religiosas em 2014 foi o maior da série histórica iniciada em 1950, informa a ONU”. Está escrito na Convenção sobre o Estatuto dos Refugiados de 1951 que refugiado é uma "pessoa que receio, com razão, ser perseguida em função da sua raça, religião, nacionalidade...”

    Em 2014, o número de refugiados, em busca de asilo e das pessoas forçadas a fugir de seus próprios países ultrapassou 50 milhões pela primeira vez desde a II Guerra Mundial. E continuou a aumentar para quase 60 milhões de pessoas. A Organização das Nações Unidas classificou o fenômeno como “uma nação dos deslocados”, que é aproximadamente igual à população da Grã-Bretanha. No relatório do ano passado, que compila os dados de 2013, o número de refugiados estava em torno de 48 milhões de pessoas.
    O aumento rápido reflete um mundo com conflitos constantes, com guerras no Oriente Médio, África, Ásia e leste da Europa. Para a ONU, os sistemas de gestão dos fluxos de refugiados estão quebrando, com os países e  agências de ajuda incapazes de lidar com a tensão. 
Por dia, em média 45.000 pessoas fogem de seus lares para buscarem abrigo e segurança em outros lugares. Dentre os principais grupos de refugiados que chegam atualmente à Europa estão sírios, afegãos, iraquianos, paquistaneses, eritreus, somalianos e nigerianos. Fugindo de guerras, violência, pobreza e falta de perspectivas, não hesitam em optar por rotas de alto risco, a pé ou pelo Mediterrâneo, na expectativa de uma vida melhor, na Europa.



     Na imagem acima, podemos ver as principais rotas imigratórias dos refugiados.

    Os refugiados são de todas as idades, homens, mulheres e muitas vezes, têm menos de 18 anos e viajam sozinhos, por sua conta e risco, em busca de um país que os acolha. Procuram, acima de tudo, segurança.
   
     O mundo atual está passando pela maior crise de refugiados, que teve início em 2014, em sua maioria, por causa das guerras civis na Síria, porém, também devido à violência no Afeganistão e na Eritreia e a pobreza no Kosovo. Mas essa não foi a primeira crise de refugiados que aconteceu, houve também crises em 1914 quando os cristãos foram expulsos da Turquia, em 1948, quando os palestinianos foram expulsos ou forçados a fugir pelos israelitas, e uma das maiores crises em 1945, com os refugiados judeus após a Segunda Guerra Mundial.

 
Muitos sírios, perante a reduzida assistência humanitária que recebem nos países onde se encontram, tentam chegar à Europa através do Mediterrâneo, "a rota marítima mais perigosa". Em 2014, 219 mil pessoas cruzaram o Mediterrâneo em "condições extremamente perigosas", e ao menos 3.500 morreram.E foi com o objetivo de reduzir essas mortes que foi lançada a operação Triton. A operação Triton foi lançada em novembro de 2014 para ajudar a Itália a controlar as fronteiras marítimas, mas foi inicialmente dotada de um orçamento significativamente inferior à operação italiana que a antecedeu, a Mare Nostrum. Em abril, diante de mais uma tragédia com refugiados no Mediterrâneo, os líderes europeus ampliaram a área de ação e triplicaram o orçamento da operação.

                                                                                              João Vitor, Guilherme Peixoto e Ana Júlia