Guerra Fria: Uma Nova Fase

                   Guerra Fria: Uma nova fase                                            
                                            Ucrânia X Rússia
O derramamento de sangue na Ucrânia em fevereiro de 2014 trouxe o risco de intensificar tantos os rachas internos como a tensão diplomática entre vários países envolvidos na crise local.
Dentro do país, mesmos que os protestos sejam mais complexos que uma simples divisão entre o leste e o oeste, a violência pode facilmente puxar os cidadãos para o extremo da questão.
Internacionalmente, está sendo aberto um abismo entre a Rússia e potências do Ocidente, com possíveis repercussões. Pode ainda não está claro quem é o responsável por inflamar a situação desta vez, mas as reações dos principais poderes, leste e oeste, representa uma divergência gritante. 
Durante quase todo século a Ucrânia fez parte da União Soviética até sua independência em 1991. Desde então o país passou a olhar em outra direção, do oriente para o ocidente, da Rússia para a União Europeia- em seu horizonte.
Mas a Ucrânia não completa esse movimento porque duas forças o paralisam.
De um lado, está a parte ocidental do país, onde vivem as gerações mais jovens e de onde partiu o movimento de aproximação da UE.
Do outro, está à parte oriental e sul, mais próximo da Rússia, onde se fala russo e não ucraniano e prevalece um sentimento de nostalgia dos anos de integração soviética.
Por fim, de cada um desses lados, existem os interesses e pressão de grandes potencia mundiais.  
Tudo começou em novembro de 2013, quando Yanukovych decidiu recusar um acordo que aprofundaria os laços do país com a União Europeia (EU),e era negociado havia três anos. Em troca o presidente preferiu se aproximar da Rússia. Entretanto, os protestos começaram logo depois. Os confrontos diminuíram logo depois que os manifestantes saíram dos prédios oficiais que estavam ocupando e após o governo garantir que daria anistia a todos.
 Mas os acampamentos de Kiev e os pró-EU continuaram a exigir a renuncia do presidente. Em janeiro de 2014 os conflitos ficaram mais violentos na capital quando o governo adotou novas leis com o objetivo de frear as manifestações. No fim de janeiro morem três manifestantes, foram as primeiras mortes da crise.
Os conflitos de fevereiro deixaram mais de quase 100 mortos e centenas de feridos. O ministro de Relações Exteriores Russo descreveu a violência nos protestos como “Tentativa de golpe” e exigiu que os líderes da oposição da Ucrânia dessem um fim no derramamento de sangue.
A Ucrânia depende da Rússia para abastecer-se de gás. Além disso, por seu território passam dutos que transportam gás Russo para a União Europeia.  Em uma reunião em 17 de dezembro de 2013 a Rússia se comprometeu a comprar o equivalente a R$36 bilhões em títulos do Estado ucraniano e reduzir o preço do gás vendido ao país. 
Nos Estados Unidos, o foco maior era tentar persuadir Yanukovych a tirar as forças do governo das ruas e a agir com moderação. Segundos relatos, o vice-presidente, Joe Biden falou com o presidente ucraniano pelo telefone e sugeriu que seria responsabilidade dele acalmar a situação e abordar as “as preocupações legitimas” dos manifestantes.
Geograficamente, a Ucrânia fica entre os dois lados. Até agora, as rivalidades dos tempos da Guerra Fria vinham sendo contidas. Diplomatas argumentam que é possível que a Rússia e Ocidente colaborem entre si quanto ao futuro da Ucrânia, beneficiando os dois lados.
O futuro imediato da Ucrânia pode depender mais das tentativas de mediação feitas por ex-políticos ucranianos e poderosos  oligarcas locais, desesperados para evitar que a violência se agrave.


                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                         Componente: Breno Almeida