Telonas: cinematógrafo entram em cena

Desenvolvido pelos irmãos franceses Auguste e Louis Lumière e apresentado ao público em 1895, o cinematógrafo era uma máquina a manivela que permitia captar as imagens, revelar o filme e, depois, também projetá-lo em uma tela. 
Era portátil (pesava menos de 5 kg) e não usava eletricidade. Essa versatilidade foi uma das características que ajudaram a defini-lo como o marco zero do cinema, mesmo em meio a tantos outros aparelhos parecidos que surgiram na época.
 O cinetoscópio, inventado pelo norte-americano Thomas Edison, por exemplo, permitia que apenas uma pessoa assistisse às imagens em movimento, por um pequeno visor no aparelho.

O termo cinematografia vem de “cinematógrafo”, aparelho desenvolvido pelos irmãos Auguste e Louis Lumière na França, para projeção de imagens em movimento, e que coincidentemente ficou conhecido como cinema.
O termo é usado nos EUA como sinônimo de ‘fotografia para cinema’, uma vez que a cinematografia subentende a captação de uma imagem cinematográfica, cuja técnica é de responsabilidade da equipe de fotografia. Entretanto, o termo aqui no Brasil tende a ser mais amplo, envolvendo todas as funções do cinema. 
É interessante notar como a captação cinematográfica se confunde, pelo menos etimologicamente, com a própria arte do cinema. Isso porque pode-se entender duas coisas, quando falamos de cinematografia: primeiramente, a função de fotógrafo e a equipe de fotografia, ou seja, a Direção de Fotografia, que é a própria imagem do filme. Em segundo lugar, o próprio filme.
Mas falando especificamente da técnica que permite a captação da imagem com uma câmera de cinema, ou seja, a fotografia para cinema, toda ela é voltada para obtenção de uma imagem apurada, coerente com a proposta do filme e a mais objetiva possível dentro desta proposta. Para tanto, é preciso conhecer um pouco de fotografia tradicional, estática, pois nela estão todas as bases para a fotografia de cinema. A rigor, são exatamente a mesma fotografia, só que a de cinema abrange uma dimensão cinética, ou seja, inclui o movimento.

A Captação e a Projeção de Imagens:

Podemos definir tecnicamente o cinema como uma sucessão de imagens numa tela, obtidas por projeção óptica, em que se tem a sensação, pela troca rápida de imagens, de um movimento contínuo.
As imagens que possibilitam o cinema devem ser, portanto, translúcidas e positivas, uma vez que a projeção óptica necessita de um feixe de luz que transpasse a imagem gravada, e esta seja formada e ampliada por uma lente, possibilitando assim sua projeção externa à própria imagem gravada. Por esse motivo, embora o conceito de projeção já existisse há muito tempo, foi preciso que se inventasse antes a fotografia, que é o suporte ideal para este tipo de projeção óptica. A fotografia demorou certo tempo até ser descoberta; o cinema, por consequência, também teve que esperar, apesar dos inúmeros apelos.


Para que este efeito funcione, há necessidade de capturar e projetar a imagem em sistemas similares, compatíveis e padronizados.
O instrumento utilizado para captação de imagens é a câmera cinematográfica, composta por elementos óticos e mecânicos (e modernamente alguns eletrônicos que regulam com maior precisão suas funções) que capturam uma sucessão de imagens, como uma câmera fotográfica contínua.
  


                                                                                                        Mel, Alana e Lesley