Nas histórias infantis, nos contos de
fada, os avós são retratados como aqueles velhinhos de cabelos brancos, óculos
no nariz, encurvadinhos, que agradam as crianças de infinitas maneiras, que
contam histórias, que as mimam com balas, doces e bolos.
As avós tinham o conhecimento de como
cuidar de bebês e cabia a elas orientar às jovens mães, (suas filhas). Quando
as mães começaram a entrar no mercado de trabalho, coube a muitas avós, a
tarefa de se encarregarem dos cuidados e mesmo da educação de seus netos.
Na atualidade, eles são muitos
diferentes. Sua aparência, dado os avanços da medicina e os ditames da moda, é
muito distinta da de épocas passadas.
A relação avós-netos é hoje uma relação
diferente, porém permanece uma relação privilegiada. O neto é ainda tido como
“o filho com açúcar”, que permite avós uma vivência estruturante em termos de
suas próprias personalidades.
Hoje os avós e avôs, tem um diálogo mais
constante com seus netos. As crianças da contemporaneidade são mais abertas
graças ao avanço das tecnologias da comunicação, é tanto que as crianças são
seres precoces na construção do seu próprio conhecimento. São, por tanto
interlocutores atraentes para os mais velhos, que um aprende com o outro.
A relação avós-netos produz trocas
afetivas e cognitivas muito interessantes. Com o avanço de uma geração, mas, no
nosso tempo, um pulo enorme, avós e muitas vezes as bisavós são testemunha
vivas das raízes das crianças, descrevam a elas o mundo tão diferente de muitos
anos atrás, contam como eram e o que faziam os pais quando crianças. Os netos
se espantam ao ouvir falar de um mundo sem internet, sem TV, etc. Avós dão para
a criança a noção da continuidade da existência e netos trazem para eles a
antecipação do futuro.
A prática de atividades físicas e de
esportes nas últimas décadas, tão propagada para todas as idades, fez com que
as pessoas mais velhas, muitas delas pelo menos, se tornassem atualmente
pessoas fortes fisicamente, ágeis e com disposição para acompanhar seus netos
em corridas, peladas de futebol ciclismo, natação, tênis, etc.
Hoje, como sempre assim foi, avós não
podem interferir nas regras estabelecidas pelos pais, como o risco de,
retirando-lhes o poder e reduzindo a autoridade deles como pais. Isso acarreta
uma desorganização na hierarquia do sistema familiar com pedras para todos.
Limites, normas, proibições são
instrumentos de educação que pertencem aos pais. Seus princípios e seus
valores, a ética com a qual conduzem sua vida, é que nortearão a vida de seus
filhos.
As crianças precisam valorizar e
respeitar seus pais e esses pais devem ser respeitados pelos avós. Isso porque,
durante a infância os pais precisam ser valorizados e mesmo idealizados pelos
filhos. Cumpre depois, aos filhos adolescentes, desidealizar seus pais, para
que possam adquirir a possibilidade da própria identidade, mas o respeito e a
valorização devem continuar sempre existindo. Para concluir podemos dizer que a
família funciona como uma empresa a ser generalizada de forma otimizada, ou
seja os pais compõem a diretoria executiva e os avós o conselho.