UM MUNDO DE HERÓIS:DE ONDE ELES VEM ?

Salvador Nogueira
Tudo começou com dois jovens tímidos de Cleveland, nos Estados Unidos. De origem judaica, Jerry Siegel desde moleque era fã de ficção científica. Sua maior aspiração era se tornar escritor. No ensino médio, ele conheceu Joe Shuster, nascido no Canadá, mas criado em solo americano. Além da habilidade para desenhar, Joe tinha um interesse pelo fisiculturismo. A união das paixões de ambos, na hora certa, produziu uma revolução cultural que ecoa até hoje. Em algum ponto de 1935, a dupla foi responsável pela criação do Superman.
E assim nasceu a indústria (ou seria a mitologia?) dos super-heróis. Ou, pelo menos, essa é a versão que os fãs de quadrinhos costumam propagandear. Há, contudo, um lado bem menos romântico acerca dos eventos que deram ao mundo a versão moderna dos deuses e semideuses gregos. E ela envolve gângsteres, trapaceiros do pior tipo e até mesmo pornografia.É uma grande ironia que os maiores defensores do bem tenham nascido de um meio em que a ética era tão dúbia, mas foi assim que aconteceu, naqueles estranhos anos do começo do século 20 nos Estados Unidos.Dois eventos históricos singulares foram fundamen­tais para criar o pano de fundo que daria origem à indústria dos quadrinhos. O primeiro deles tem origem em 1920, quando o governo americano instituiu a Lei Seca - proibindo a fabricação, o transporte e a comercialização de qualquer bebida alcoólica nos Estados Unidos.
VOOS CINEMATOGRÁFICOS 

Em 1975, o mundo ficou sabendo da penúria pela qual passavam os iniciadores de tudo isso, Jerry Siegel e Joe Shuster. Os dois processaram a National para tentar recuperar os direitos sobre o Superman, mas perderam, em 1948. E aí ficaram na rua da amargura. Quando Siegel ficou sabendo que a Warner ia lançar um filme do Superman, com uma superprodução, se revoltou e escreveu uma carta, divulgando aos quatro ventos como ele e Shuster estavam pobres, enquanto outros ficaram milionários com sua criação.
Para abafar o rolo, a Warner, então já fundida com a DC Comics, decide pagar uma pensão vitalícia aos dois. Superman chega aos cinemas e eleva a popularidade dos heróis a um novo patamar. Aquele foi o embrião da febre dos heróis no cinema, que parece atingir seu ápice nos dias de hoje, 4 décadas depois. E é curioso notar que o mundo precisa tanto dos heróis agora como quando eles foram criados. Naquela época, a recessão corria solta e pairava a ameaça de uma guerra. Hoje, a situação não é muito diferente - a maior crise econômica global desde os anos 1930 e o constante medo do terrorismo. Coincidência?
Nos quadrinhos, com mais de 70 anos de vida, esses personagens seguem se reinventando periodicamente. Em setembro do ano passado, a DC resolveu arrepiar: cancelou todas as revistas e começou tudo de novo, do zero. Uma tentativa de recuperar o espaço perdido e recapturar a imaginação do público. E certamente essa não será a última decisão radical. Há quase um século, esses personagens têm se adaptado às circunstâncias para preservar sua relevância. E há algo tão elementar neles que nos permite dizer que jamais serão esquecidos.
1934 - CRIME E MULHER
A combinação explosiva figurava em revistas baratas, chamadas pulps, precursoras da indústria dos quadrinhos.
1938 - ACTION COMICS
Superman faz sua primeira aparição na capa da edição inaugural da revista e é um sucesso instantâneo.
BATMAN - MAI.1939
Sua primeira aparição aconteceu na revista Detective Comics 27.
1941 - CAPITÃO AMÉRICA Nasce. já em sua própria revista, o maior herói patriótico da história dos quadrinhos. 
SUPERMAN - jun.1939 Um ano depois de começar a ser publicado, Superman ganha sua revista. 
EXPLOSÃO CRIATIVA - A ERA DE OURO 

Entre 1939 e 1941, houve um estouro de criatividade. Tudo motivava novas invenções, que imediatamente caíam no gosto da molecada. Ao ver um funcionário do metrô de Nova York sinalizar para o trem com uma lanterna verde, o desenhista Martin Nodell teve a inspiração para criar o Lanterna Verde, publicado pela All-American Comics. O Flash apareceu naquela época também. E a Mulher-Maravilha foi criada por um psiquiatra que apostava que os quadrinhos deviam ser levados a sério. Seu nome era William Marston, e o sujeito era no mínimo peculiar: é difícil acreditar que criador de uma heroína progressista e feminista pudesse ser um bígamo que tinha em casa as duas esposas convivendo pacificamente, cada uma com dois filhos dele. Mas eram aqueles os tempos.
1946 - SUPERMAN VS. KLAN
O Homem de Aço trava no rádio uma batalha contra um grupo que atacava minorias.
HULK - 1962
Na estreia, o monstro era cinza. Só depois ele viraria verde, como é conhecido até hoje.

alunos(as):Isis Vitória,Giulia Santana,Franciele Santos